Unas veces mis versos han nacido
Del ideal
Otras del corazón y de la angustia
En tempestad
Otras de alguna sed como divina
Que pide hablar.
Alfonsina Storni, del libro Languidez, 1920
No sarcófago egípcio de Petamón (no Museu do Cairo) um texto místico diz: Eu sou o Uno, que se converteu em Dois. E é assim que a realidade, polarizada, é sempre percebida desde uma dupla dimensão, como activa ou como receptiva, visível, invisível, pensada ou sentida, côncava ou convexa, sujeito ou objecto, agente ou paciente, solar e lunar, Yan ou Ying, etc…
As antigas civilizações mencionam sempre, de um modo ou outro, o mistério e a existência de uma Grande Mãe, a Natureza, fecunda, onde tudo é gerado e onde tudo nasce, vive e morre, para voltar a nascer e começar o ciclo; e um Grande pai, que expressa o Destino(1) que nos impulsiona a cumprir a Lei, a seguir em frente, mais além do prazer e da dor, compreendamo-lo ou não, queiramo-lo ou não, pois a vida não se detém. No Egipto a esta dupla face de Deus chamou-se Osíris e Ísis.
Osíris é o Olho sobre o Trono, a consciência que alenta e dinamiza todos os processos da Natureza; Ísis, o Grande Amor, a gruta onde se gesta a vida, o leito por onde discorrem impetuosas as águas do Nilo Celeste. Ísis é a Senhora dos Mil Nomes, pois as vozes da natureza são infinitas, e, como nos recorda a joia literária e mística Luz no Sendeiro, ainda que tudo pareça um grito estremecedor por existir, por sobreviver, é no entanto uma música de infinita doçura e beleza: a música do Eterno Feminino ou Grande Mãe.
E quem melhor que os poetas, na sua mágica sensibilidade, para dar ritmo e voz como as arpas eólicas pulsadas pelos ventos, a esta música da Alma da Natureza. E quem melhor que as poetisas, as verdadeiras poetisas, para ser voz, nessa pureza e entrega de amor, desse Eterno Feminino, para ser espelho do Grande Espelho que é esse mar interior e sem margens de luz azul. As poetisas são certamente, usando uma metáfora egípcia, os sistros encantados de Hathor, a Grande Deusa Mãe, que os leva na sua dança incansável.
Alfonsina Storni (1892-1938) é quiçá a melhor poetisa argentina do século XX, a mais popular e querida, e quem com os seus trágicos poemas de amor e trágica morte, lançando-se ao Mar de Prata de Buenos Aires, alenta cada vez mais vida no imaginário, não só deste país, mas em todas as nações de língua hispana.
Juntamente com Juana de Ibarbourou, uruguaia, e Gabriela Mistral, chilena, é uma das três grandes poetisas do chamado modernismo na América, reconhecida discípula dos versos de Rúben Darío e Amado Nervo, seus ídolos de juventude. Ao ler os seus poemas não podemos deixar de sentir uma grande familiaridade com os de, a também melhor poetisa lusitana, Florbela Espanca.
Alfonsina Storni lutou com pluma incansável e durante toda a sua vida contra os monstros e fantasmas do machismo da sua época, e encarnou como ninguém a feminilidade: mãe solteira, devorada pelas chamas do amor tantas vezes, amiga, conselheira, educadora de crianças, poetisa… Cristaliza dentro da sua alma tantas vivências do que é ser mulher, tão belamente as converte em joias alquímicas, em tesouros de luz e vida, música e poesia, que bem poderíamos dizer dela, como de Isadora Duncan, que são autênticas sacerdotisas – apesar de inclusivamente, às vezes, dos seus excessos e intemperanças – do Eterno Feminino e da “Deusa nascida da Espuma do Mar” a quem se rende culto somente com amor e beleza.
Dizem que nasceu no mar, numa viagem dos seus pais à Suíça, onde passou a infância. Junto ao mar viveu e compôs a maior parte dos seus inspirados versos. Sempre se sentiu muito, muito vinculada ao mar(2) a quem cantou e onde quis que o seu corpo descansasse, ou por ele fosse libertada, para se abismar nesse outro mar sem limites que é o céu estrelado.
“El mar inmóvil, desprendido de sus mandíbulas, exhala un alma nueva. No tiene fondo, Recién nacido, Buques no lo escribieron. Escalinatas lentas Paredes de agua | Notas de Tradução: Buques – barcos |
Anunciada a sua morte pelo segundo ataque, este definitivo, de um cancro da mama, decidiu ser ela, e não a sua enfermidade temida e odiada, a lançar-se nas sombras do desconhecido. O seu último poema, antes de se arremessar ao mar, foi breve e o seu génio audaz ainda lhe permitiu uma pincelada de ironia. A canção de Felix Luna, e interpretada por Mercedes Sousa(3) , com uma voz que rasga a alma, evoca estes versos e rende-lhe uma sentida homenagem:
Por la blanda arena que lame el mar su pequeña huella no vuelve más. Un sendero solo de pena y silencio llegó hasta el agua profunda. Un sendero solo de penas mudas llegó hasta las espumas. Sabe Dios qué angustia te acompaño la caracola. Te vas Alfonsina con tu soledad Cinco sirenitas te llevarán Bájame la lámpara un poco más | Notas de Tradução: Blanda arena – areia mole |
No poema “O meu Eu” do seu primeiro livro de versos, A Inquietude do Rosal, editado quando tinha apenas 22 anos, os seus nervos são cordas de ouro que vibram na presença da Grande Vida, místicos sistros em místicos arpejos. Que intensamente sente as vozes do Eterno Feminino! Com que pureza ante elas responde!
“Hay en mí la conciencia de que yo pertenezco Al Caos, y soy sólo una forma material, Y mi yo, y mi todo, es algo tan eterno Como el vertiginoso cambio universal, Soy como algo del Cosmos. En mi alma se expande Cuando en un día tibio percibo la caricia ¡Vida! ¡Toda la vida!… Es el grito que siento Mi cuerpo, que es mi alma, suele sentirse guzla, | Notas de Tradução: Tibio – tépido |
E é ela que sente todas as vozes da Natureza, sente-se um cisne doente de amor deslizando-se nas ondulações do tempo. Cisnes de Apolo, cisnes da luz do Uno e a Harmonia, cisnes de beleza que parecem escrever com o seu gesto no ar e com o seu rumo nas águas, os versos da divina poetisa, a Vida, em letras que parecem rabiscos e que são mais, são grafismos da sua linguagem universal, são os hieróglifos da sua voz sussurrante e querida. Que metáfora a da alma cisne e a da cisne dama, que segredo o que desvelou Tchaikovsky na sua música, nos acordes em que o príncipe encontra Odette e com ela dança; nesse presente do céu e dos Deuses que é o Lago dos Cisnes.
E também era próprio das sacerdotisas do eterno feminino ser as guardiãs do fogo, do fogo do lar, do fogo do amor, do fogo da concórdia e da amizade, do fogo da memória, do fogo da verdadeira união, do fogo da sabedoria, do fogo da vida. E da chama da alma que não deve ser extinta e convertida em pedra, a chama que dá a sensibilidade musical, precisamente as vozes da Alma da Natureza e sem a qual somos vultos e sombras na vida, alheios ao sentido da vida, alheios à vida portanto. Este é o fogo que elas vigiam, alimentam e cuidam, como velavam as virgens Vestais o Fogo da Concórdia em Roma, é a Flor do Lótus que deve abrir as suas pétalas unicamente a um Sol de Pureza, e não às luzes reflectidas nas águas da sensação e enganosas, portanto:
“DESOLACIÓN ¡Oh! ¡Qué caricia inmensa la que en mi pecho habita! Yo cuido esa mimosa que en mi pecho palpita, ¡Jamás la entregaré! Mi pobre sensitiva Y cuando su cadáver me traiga mucho frío |
E é característico precisamente do feminino e eterno, por serem guardiãs do fogo, superar e vencer a tendência ao abandono, ao desmaio interior. Na Índia Védica as Deusas eram chamadas Shakti, que significa poder, o poder de Deus, a sua bondosa e invencível irradiação, a sua poderosa acção que agita a mais ínfima das fibras da vida. No seu poema Cansaço, Alfonsina Storni dá nome e forma a este desmaio interior, uma das provas que toda a alma encarnada deve superar, encarnando o poder e luz de Deus, seja como vontade e inteligência, seja como amor que dá asas, perseverando assim nesta batalha e dança que é a vida.
“CANSANCIO Todos tenemos una hora cobarde, Cuando se va el amigo que nos trae calor, Cuando se juntan todas las impresiones malas Cuando puede decirse: lo que fue no será; Es entonces, cobarde, que me acosa el deseo Es una nulidad completa de mi misma Es entonces que yo quisiera ser así Un chiche que se lleva guardado en el bolsillo Ser una cosa muerta que la llevan cargada …………………………………………………………. | Notas de Tradução: Nimia – mínima, insignificante |
E é também do feminino e eterno não se deixar prender nos labirintos do passado, nas cárceres do ontem nem nas fantasias de hoje, para assim criar com a imaginação as formas puras do amanhã que devem ser trabalhadas agora, aqui e agora. Como a luz, sempre viva e sempre jovem, sem tempo e marcando o tempo de quanto existe, as vozes do eterno feminino reverberam na alma chamando-os sempre avante, dado que elas são puro movimento e harmonia. Sempre avante, pois o amanhã é criança. O que importam as feridas do ontem ou as dificuldades do hoje? A Grande Mãe é a grande maga e curadora, há sempre flores novas, vida nova, que brotam das suas mãos abertas!
“AÑO NUEVO Ven, haremos vida nueva, en mi pecho tu cabeza, Muchas flores, mucha luz. Y la risa retozando Ven; hay que hacer vida nueva; tengo miedo del pasado | Notas de Tradução: Surcan – sulcam |
Que pureza nestes versos que Alfonsina escreveu na primavera da sua vida, e com tantas situações de dor lacerando a sua psique e a sua mente (a pobreza, a desolação de um pai primeiro bêbado e depois morto, abandonada pelo pai do seu filho, a quem sinceramente amou, vivendo numa cidade monstro que a afastava das vozes da Natureza), mas ela, sempre enamorada e sempre doce, não cede à tentação de se converter em estátua de sal, na qual não brotaria mais vida do manancial generoso do seu coração. Que próxima está a juventude da alma, como disse o filósofo Sri Ram (m. 1973) e a alma da juventude, como ensinou o seu discípulo Jorge Ángel Livraga (1930-1991), quem chamou a esta juventude perene que da alma desperta, Afrodite de Ouro!
Que pureza nos versos e na alma de Alfonsina, no poema Ressurgir:
“Pasé por el tamiz de todos los dolores Y estoy purificada. ¡Clamo por vida nueva! ¡Una vida que sea como un ritmo de seda! ¡Dulzura y más dulzura! La quietud de una tarde Ningún anhelo más que un anhelo infantil, No leer nada, más que en el libro pródigo Surgir a vida nueva. Realizar el milagro Tener el corazón hecho un lampo de luz, Ir cruzando la vida con alas en el alma, Perdonar, perdonar, no tener ni un rencor; Perlas de anunciación, de olvido, de alegría, Hoy lo deseo así… Hoy que es día de fiesta | Notas de Tradução: Tamiz – peneira, passar pelo crivo |
E como a alma das mulheres, encarnações do amor, é sempre um “Gosto de ti”, que doçura ao ouvir estas palavras que são ela própria! E assim se repete a velha cerimónia, o arcano e mistério de que, como diz Khalil Gibran no seu Profeta, o amor encontra a plenitude em si mesmo e não necessita de ninguém, e todos necessitam dele pois quem não ama não vive, e quem real e unicamente vive é o amor. Que música a dos versos da jovem Alfonsina, com vinte e cinco anos no seu poema Duas Palavras(5) :
DOS PALABRAS Esta noche al oído me has dicho dos palabras Dos palabras tan dulces, que la luna que andaba Tan dulces dos palabras Tan dulces y tan bellas Oh, mis dedos quisieran | Notas de Tradução: Cuello – colo; pescoço |
Um dos grandes sofrimentos de Alfonsina Storni, dela, tão enamorada da beleza, era, precisamente, não ser bela no sentido ordinário e vulgar do termo, ainda que todos mencionassem o carisma e poderoso magnetismo e doçura que irradiava. Mas enfim, sempre há corações insensíveis que são incapazes de ver mais além do véu da ilusão, e Alfonsina soube ironizar os desaires sofridos, indicando ao mesmo tempo o caminho até à verdadeira beleza. Importante lição para aqueles que querem aspirar ao seu sacerdócio e viver as doçuras do Eterno Feminino.
¿SABÉIS ALGO? Subí, subí, subí. Ya estaba bien arriba | Notas de Tradução: Murmullo – burburinho, murmúrio |
E existindo o sacerdócio da Alma da Natureza não importa o nome, não importa a religião. A verdadeira religião é poesia e a verdadeira poesia religião, e a alma da Alfonsina agita-se, possuída pelo entusiasmo das Musas, ou quiçá pelo furor heróico de Apolo ou pelo ritmo báquico da divina embriaguez. A natureza é o verdadeiro templo de Deus, e sacerdotes são quem nos faz perceber o seu íntimo sentido. Alfonsina é sacerdotisa da Eterna Beleza e bastariam os versos que agora transcrevemos, para gravar para sempre a fogo o seu nome no próprio coração da existência. As mulheres não podem ser sacerdotisas? Sim, já o são, da Alma da Natureza e do fogo da vida e da vida dos Sonhos de Ouro, aqueles sem os quais somos barro no barro.
TEMPESTAD Mundo, sofócame; calor, inúndame; Luz de astros: todos mis poros Mar que te agitas: prende en tus olas Noche que escuchas; tú que me amparas Dios que no existes: ¿qué mundos tengo ¿Por qué yo vivo con lo que vive, Mundo, sofócame; calor, inúndame; | Notas de Tradução: Tiembla – treme |
Alfonsina, reivindicando, no seu século, com força e mestria os direitos da mulher, escreveu um poema que quase se converteu num hino, sendo dos poucos mencionados no filme argentino de Kurt Land sobre a nossa poetisa. Recusava vigorosamente o pretendido direito, dos corpos e almas impuras, de exigir pureza à mulher, e no sentido mais estrito da castidade. Que exija pureza o puro pois o sujo suja tudo quanto toca! Estes versos agora, pelo menos na nossa civilização ocidental, nada removem, mas no seu tempo, foram uma autêntica revolução:
TÚ ME QUIERES BLANCA Tú me quieres alba, Ni un rayo de luna Tú que hubiste todas Huye hacia los bosques; | Notas de Tradução: Tornadas – retornar |
Alfonsina, alma grande, previne as sacerdotisas do Eterno Feminino, a todas as mulheres que despertaram o sentido da vida, que não se deixem enredar nem aprisionar pelas almas mesquinhas, os homens diminutos. E ainda assim, as sacerdotisas do amor, sendo-o, amarão e vivificarão a quantas vidas chegue o eco da sua música, por diminutas que estas sejam.
HOMBRE PEQUEÑITO Hombre pequeñito, hombre pequeñito, Estuve en tu jaula, hombre pequeñito, Tampoco te entiendo, pero mientras tanto |
Florbela Espanca menciona as árvores do Alentejo, no poema deste mesmo nome, dizendo que como elas também estava morta de sede, a sede da alma. Também Alfonsina Storni sente que a sua terra seca e morta necessita da água que a vivifique. E alerta-nos, “não deixes que a tua alma morra de sede, aproxima-a dos leitos da vida interior, os que regam as florações eternas”:
Ela própria converter-se-á em Água de Vida, jardim de lotos, força imparável de benéfica corrente, se encontrar o Sol que ilumina e desfaz o gelo em que o amor sem resposta a converteu(7) .
“Mi corazón es como un dios sin lengua, Mudo se está a la espera de milagro, He amado mucho, todo amor fue magro, Que todo amor lo conocí con mengua. He amado hasta llorar, hasta morirme, Amor que fructifique mi desierto ¿En dónde está quien mi deseo alienta? ¿En dónde está el espíritu sombrío ¿En dónde está el que con su amor me envuelva? |
Ao que busca e não encontra, ao que sempre espera, a esse Sol que sabe que irá convertê-la em torrente, dedica poemas de tal beleza, de tão amorosa entrega que comove até às lágrimas, e cada um deles um salmo do feminino puro e eterno. Não de outra maneira cantariam as sacerdotisas de Vénus, coroadas de rosas, dançando e dando as boas-vindas a tudo o quanto é bom e justo e belo.
O último poema do seu último livro, e já se sabendo enferma de morte, é uma confissão, uma oração à Musa que foi a sua Deusa durante toda a sua vida. Os últimos versos do seu livro Mascarilha e Trevo editado em 1938 cantam a “Madona Poesia”. Peregrina, cansada de entregar o seu amor de ouro a todos os caminhantes, que o convertiam em carvão, exausta como uma Maria Madalena, que diferente seria, se como esta santa ao encontrar Cristo, tivesse encontrado o Ideal, que faz do ouro interior chama pura e luz divina que retorna ao seu reino, “que não é deste mundo”.
“Aquí a tus pies lanzada, pecadora, contra tu tierra azul, mi cara oscura, tú virgen entre ejércitos de palmas que no encanecen como los humanos. No me atrevo a mirar tus ojos puros Una pequeña rama verdecida ya que vivir cortada de tu sombra | Notas de Tradução: Encanecen – envelhecem |
Esta prece sincera, carregada de experiências e sonhos mortos que são cadeias de medo e frustração, e do peso da vida como um manto de chumbo do qual a morte será médica e curadora; faz-nos chorar em silêncio. E no entanto há tal pureza, íntima humildade e oferenda nestes versos que lavam a alma de quem os ouça ou sinta. Pouco menos de vinte anos antes, com 28 anos, quiçá sem tantas feridas, e com mais esperanças, mais próximo ainda de si que do mundo, e portanto mais luz que barro, mais flor que caule e raiz, escreveu um poema, Alma Desnuda, no seu livro Irremediavelmente, que expressa o melhor, a beleza e entrega, o amor e inocência do feminino e eterno, dessa pureza que, como diria Shakespeare em Noite de Reis, afasta do ar toda a pestilência moral e ainda física, como uma Artemisa virgem nos bosques sagrados com os seus dardos de prata. E faz-nos sentir melhores e mais próximos de Deus, mais crianças, e mais cavalheirescos ante o mistério que representa a Luz Azul do eterno Feminino, mais atentos às suas infinitas vozes e murmúrios. Quiséssemos ser, na sua noite de amor, espada em chamas. E no seu místico festim, pão bendito e vinho redentor.
“ALMA DESNUDA Soy un alma desnuda en estos versos, Alma que puede ser una amapola, Alma que como el viento vaga inquieta, Alma que adora sobre sus altares, Alma que fuera fácil dominarla Alma que cuando está en la primavera Alma que cuando nieva se disuelve Alma que a ratos suelta mariposas Alma que ha de morir de una fragancia, Alma que nada sabe y todo niega Alma que suele haber como delicia Alma que siempre disconforme de ella, | Notas de Tradução: Ampola –planta |
Jose Carlos Fernández
Lisboa, 26 de Fevereiro de 2013
- Como Selma do Nascimento genialmente descreveu, na sua surpreendente conferência Deus no Homem – Ontem, Hoje e Amanhã, em Lisboa, a 17 de Julho de 2009.
- E é nisso irmã da nossa poetisa do mar, Sophia de Mello Breyner.
- Que podemos ouvir, por exemplo em http://www.youtube.com/watch?v=M_3Xcym37fE
- Também do livro A Inquietude do Rosal.
- Do livro O Doce Dano.
- Poema “Agua” do livro O Doce Dano.
- Poema “Um Sol” do livro Irremediavelmente, 1920.
8. Do livro O Doce Dano, editado em 1918. Alfonsina tinha, portanto, menos de 28 anos.