No passado sábado, dia 1 de Dezembro, teve lugar no Espaço Arkhé um seminário de matemática e geometria sagradas subordinado ao tema «Da Grande Pirâmide aos fractais», ministrado pelo Professor José Carlos Fernández, escritor, investigador e Director Nacional da Nova Acrópole. Este evento foi organizado pela Nova Acrópole Oeiras-Cascais em parceria com o Círculo de estudos de matemática e geometria sagradas «Lima de Freitas» e contou com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras.

O começou professor por referir o sentido filosófico do estudo destes temas na procura de uma compreensão mais profunda do ser humano e das leis que regem a Natureza nos seus diferentes planos, dando ênfase à analogia como «a chave que permite do visível ver o invisível». De seguida, propôs visualizarmos como numa distância infinita qualquer objecto é um ponto. Todo o universo de desenvolve a partir de um ponto, seguindo a evolução clássica de ponto, linha, figura e corpo. E nesse processo de criação os números e os princípios geométricos têm um papel fundamental. A Grande Pirâmide do Egipto é um monumento notável, cristalização desta corpo geométrico que simboliza a natureza hierárquica da natureza manifestada e da evolução humana, reflexo na Terra da pirâmide invisível dos arquétipos.

José Carlos Fernández referiu algumas das suas propriedades como do ângulo próximo dos 51º51’, que permite a quadratura do círculo, quase perfeita, e das relações de altura e largura que expressam tanto os números Phi como o Pi, referindo o seu simbolismo e o conceito da ressonância entre os arquétipos geométricos e matemáticos e as suas expressões manifestadas. Momento significativo foi a demonstração de como a cruz em movimento gera geometricamente a pirâmide de quatro lados. Passou ao tema das medidas egípcias, de como o nónio aparece na régua egípcia, transmitindo como Thot, deus da sabedoria, está no centro da régua, como Senhor das Medidas. Abordou a cosmogonia de Heliopólis e sua relação com a simbologia dos 10 primeiros números, tudo começando em Nun, as águas primordiais, significante do 0, e finalizando, na primeira enéada, em Neftis, a senhora dos limites, ou das muralhas.

Outro tema desenvolvido e bastante sugestivo foi o das cónicas: o círculo, a elipse, a parábola e a hipérbole. Todas elas podem ser vistas como cortes do cone, que segundo a tradição hermética é o corpo que a dimensão invisível da Natureza. Recordando que do cone também sai a espiral. Tudo este tema das cónicas está abordado, de forma claramente inspirada, no livro do professor, «A Viagem iniciática de Hipátia». A finalizar explicou a emergência da geometria fractal proposta por Mandelbrot, explicando como os fractais são fundamentais para entendermos a «florescimento» geométrico dos entes naturais manifestados. Muito estimulante a forma como a montanha evolui tendo por base o triângulo. Transmitiu como o princípio da semelhança se manifesta na geometria e matemática fractal, que surge como tensão entre os princípios geométricos puros e o caos originado pela matéria. Foram três horas preenchidas por estes mundos de beleza pitagórica. Em 2019 continuaremos esta demanda pelos mistérios da matemática e geometria sagradas.

NAOC