Filosofia, a Grande Educadora

Autor

Nova Acrópole

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Ainda que digam que a filosofia não é prática e que não serve para nada, reafirmamos: Onde se responde às grandes perguntas, às grandes inquietudes?… Que fazemos com aquilo que nos assola quando nos encontramos a sós connosco mesmo?: e porquê a vida? e porquê a morte? e porquê a dor? e porque envelhecemos? e porque acontecem as coisas que nos acontecem? Porque há sofrimento, e porque se pode passar do sofrimento para a alegria e da alegria ao sofrimento? E o que nos conduz como o vento de uma coisa a outra? Porque temos temores e porque duvidamos?…

E quando surgem estas perguntas, ou as respondemos, ou vivemos perpetuamente angustiados porque colocámos uma cortina diante dos nossos olhos, negando não ver o mais importante.

 

“A filosofia é a grande educadora; é ela que nos ensina. Não chegaremos a Sábios, mas pelo menos teremos menos temores, menos algumas dúvidas que antes; não vamos ver a Grande Verdade, mas começaremos a ter algumas certezas.”

 

Quando há interrogações não há outro remédio se não preguntar. Quando Sócrates dizia “Só sei que nada sei”, não o dizia para conformar-se por não saber nada. É um reconhecimento do que não se sabe e um ponto de partida: “Vou saber mais porque preciso de mais”. Apesar dos séculos passarem, o ser humano continuará a colocar estas questões. E basta que nos exijam uma resposta para que a filosofia se torne útil e prática, e necessária.

A filosofia é a grande educadora; é ela que nos ensina. Não chegaremos a Sábios, mas pelo menos teremos menos temores, menos algumas dúvidas que antes; não vamos ver a Grande Verdade, mas começaremos a ter algumas certezas.

Uma boa educação forma e transforma. Uma boa educação é alquimia interior; não podemos permanecer iguais antes e depois de aprender. E se ficamos iguais é porque não aprendemos nada, é porque memorizámos uma grande quantidade de coisas e não sabemos nada. Essa educação formativa, de transformação, como nos dizia o professor Livraga, não é uma educação para obrigar as pessoas; não se pode forçar a personalidade humana.

Em todo caso é uma educação que nos deve libertar de muitas amarras e de muitas deficiências, de muitas inseguranças e temores. Quando podemos soltar estes lastros, desamarrar a embarcação, a Alma sente-se livre. Essa educação formativa tem que nos ajudar, temos que aprender a aprender. E temos que aprender com a prática, porque estamos a tornar-nos muito sedentários. Demasiado. Falta-nos a experiência. Temos que chegar a ser nós próprios.

 

Delia S. Guzmán

Directora Internacional da Nova Acrópole

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