Fernand Schwarz, antropólogo, filósofo, Director do Instituto Internacional Hermes e Cruz de Paris em Artes, Ciências e Letras, esteve em Portugal a convite da Nova Acrópole de Portugal, realizando duas actividades públicas que receberam forte adesão do público.
Proferiu no auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras, uma conferência subordinada ao tema, «Sabedoria tibetana para o século XXI». Através de uma exposição muito clara, o professor Fernand Schwarz referiu como o exílio do Dalai Lama para a Índia no contexto da invasão do Tibete pela China, deu lugar a um grande impacto na divulgação da sabedoria tibetana no Ocidente promovendo simbioses notáveis, como o encontro entre monges tibetanos e cientistas de áreas como a física quântica e a neurologia. De seguida, referiu um outro contributo da tradição tibetana, que é o saber morrer, como o ser humano se pode preparar em vida para essa passagem de dimensão. E por fim, desenvolveu o tema do simbolismo do mandala, mostrando visualmente num slideshow toda a arquitectura do mandala, recordando que o verdadeiro mandala tem três dimensões e não somente duas, e que o centro está no mais alto da nossa consciência, é aí que desabrocha o lótus, matriz da consciência espiritual.
A encerrar a sessão, o professor José Carlos Fernández apresentou a edição portuguesa de «Concentração e despertar interior segundo o budismo tibetano» da autoria do conferencista, publicada com a chancela das Edições Nova Acrópole. Referiu como este livro é resultado de uma longa experiência do autor, de como se vai sucedendo a interpretação de uma imagem tradicional tibetana que representa as diferentes etapas e reviravoltas da consciência na progressão espiritual através da concentração. Com muita acutilância, referiu como o budismo simboliza nas representações da natureza a vida interior do ser humano, algo bem patente na imagem referida.
Esse foi o tema do workshop desenvolvido no Salão Nobre da Fundição de Oeiras, «Mindfulness – Concentração e despertar interior segundo o budismo tibetano». Em seis horas de teoria e práticas demonstrou como o conhecimento de que estamos a falar tem um carácter muito prático no sentido de ultrapassamos as dificuldades próprias deste século XXI, aprendendo a melhor usar o nosso potencial interno, renovarmo-nos interiormente e fazer frente a um estilo de vida muito externo e desgastante. Referiu como esta sabedoria inspirou Jon Kabat Zinn, fundador do Mindfulness moderno, e de como os exercícios de concentração deverão estar aliados a um estilo de vida que crie o mínimo possível de toxinas mentais e a um sentido de compaixão, única forma do Eu-profundo se ir libertando do egoísmo tóxico.
Em síntese, um conjunto de actividades humanistas e inspiradoras para um mundo novo e melhor.