DESCRIÇÃO
Desde os começos do mundo a terra foi venerada como dadora de vida, mãe de todas as criaturas que dá à luz e as protege. Daí que o ser humano sempre tenha identificado a natureza com a mãe, a matriz, o ventre cósmico de onde tudo nasce. O maravilhoso fenómeno da maternidade foi naturalmente reconhecido como a forma mais evidente do culto ao invisível. À semelhança do que Saint Exupéry escreveu no seu livro “O Principezinho”:
“o essencial é invisível para os olhos”. E, este mistério intervinha em tudo o que era fundamental para o ser humano. De facto, o essencial, pertence ao mistério e esse vive-se.
O princípio de continuidade, da constatação do renascimento deu ao ser humano a certeza de um devir eterno e libertou-o da angústia da morte. Assim, os mistérios da vida e da morte foram naturalmente introduzidos no culto da Deusa-mãe que passou a ser vista como tecedeira do destino, dando e retirando, para voltar a dar, como uma fonte inesgotável. Denominada Grande Deusa, homens e mulheres reconheciam o seu poder e procuravam atrair os seus favores.